Home > Author > Djamila Ribeiro
21 " Não dá para lutar contra o que não se pode dar nome. [...] E, quando não se sabe de onde vem, é mais fácil ir para onde a máscara diz que é o seu lugar. "
― Djamila Ribeiro , Quem Tem Medo do Feminismo Negro?
22 " Grada Kilomba, pesquisadora e professora da Universidade de Humboldt, faz uma analogia interessante entre a máscara que as pessoas escravizadas eram obrigadas a usar cobrindo a boca e a afirmação do projeto colonial de impor silêncio, um silêncio visto como a negação de humanidade e de possibilidade de existir como sujeito. "
23 " O falar não se restringe ao ato de emitir palavras, mas de poder existir. "
― Djamila Ribeiro , O Que é Lugar de Fala?
24 " Preciso romper com a estratégia do “negro único”: não basta ter uma pessoa negra para considerar que determinado espaço de poder foi “dedetizado contra o racismo "
― Djamila Ribeiro , Pequeno Manual Antirracista
25 " Se só convivemos com pessoas de um determinado grupo ou classe social, acreditamos que só aquelas pessoas possuem capacidade para determinado cargo "
26 " Durante os quatro anos da minha graduação em filosofia, não me sugeriram a leitura de nenhuma autora branca, quem dirá negra "
27 " Se somos a maioria na população, nossas elaborações devem ser lidas, debatidas e citadas "
28 " A questão é que é irrealista que numa sociedade como a nossa, de maioria negra, somente um grupo domine a formulação do saber "
29 " O privilégio social resulta no privilégio epistêmico, que deve ser confrontado para que a história não seja contada apenas pelo ponto de vista do poder. É danoso que numa sociedade, as pessoas não conheçam a história dos povos que a construíram "
30 " Precisamos ir além do que já conhecemos "
31 " Interesse pela cultura de certos povos não caminha lado a lado com o desejo de restituir a humanidade de grupos oprimidos "
32 " A história da população negra no Brasil, que, após séculos de escravização, viram migrantes europeus receberem incentivos do Estado brasileiro, inclusive com terras, enquanto a negritude formalmente liberta pela Lei Áurea era deixada à margem. "
33 " Quando criança, fui ensinada que a população negra havia sido escrava e pronto, como se não tivesse existido uma vida anterior nas regiões de o de essas pessoas foram tiradas "
34 " Quando comecei a escrever né CartaCapital, comentando filmes, livros ou textos de outras pessoas, mais de uma vez alguém ligou furioso na redação, dizendo que eu não havia entendido o que quiseram dizer. Eu achava curioso, pois era como se a crítica de uma pessoa negra ao trabalho de uma pessoa branca rompesse com o pacto narcísico "
35 " O racismo conhece o potencial transformador da potência voz de grupos historicamente silenciados "
36 " É importante refutar a visão colonial, que via os corpos negros como violáveis "
37 " ao falar de mulheres, devemos sempre nos perguntar de que mulheres estamos falando. Mulheres não são um bloco único - elas possuem pontos de partida diferentes. Sueli [Carneiro] aponta a urgência de não universalizar essa categoria, sob o risco de manter na invisibilidade aquelas que combinam ou entrecruzam opressões. Ou seja, ela fala da importância de se dar nome e trazer à visibilidade para se restituir a humanidade. "
38 " Com o tempo, compreendi que a população negra havia sido escravizada. E não era escrava - palavra que denota que essa seria uma condição natural, ocultando que esse grupo foi colonizado ali pela ação de outrem "
39 " O racismo é um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um indivíduo "
40 " Ao afirmar que “nós carregamos a marca”, Luiz Bairros exemplifica bem a ultra sexualização dos corpos negros femininos que faz com que a imagem das mulheres negras seja vista sob o prisma da exotização "