Home > Work > The Lying Life of Adults
61 " Eu me considerava horrível e queria ser cada vez mais horrível. Já havia um tempo que, antes de ir para a escola, eu me empenhava diante do espelho para me vestir e me pentear como uma louca. Queria que as pessoas ficassem de má vontade do meu lado, exatamente como eu tentava mostrar que me sentia na companhia delas. "
― Elena Ferrante , The Lying Life of Adults
62 " Il giorno seguente partii per Venezia insieme a Ida. In treno ci ripromettemmo di diventare adulte come a nessuna era mai successo. "
63 " sigue intrigando la forma en que nuestro cerebro elabora estrategias y las despliega sin revelárselas a sí mismo. Decir que se trata de actos inconscientes me parece impreciso, quizá incluso hipócrita. Yo sabía muy bien que quería a toda costa regresar enseguida a Milán, lo sabía con todo mi ser, pero no me lo decía. "
64 " Eu detestava aquele Pai que havia criado seres tão frágeis, expostos continuamente à dor, facilmente perecíveis. Detestava que ele observasse como nós, fantoches, lidávamos com a fome, a sede, as doenças, os terrores, a crueldade, a soberba e até mesmo com os bons sentimentos que, sempre sob o risco da má-fé, ocultavam a traição. Detestava que ele tivesse tido um filho parido por uma mãe virgem e o expusesse ao pior, como acontecia com as mais infelizes das suas criaturas. Detestava que aquele filho tendesse a brigar com a mãe e não tivesse coragem de sentir raiva do pai. Detestava que o Senhor Deus deixasse aquele filho morrer entre tormentos atrozes e que, ao seu pedido de ajuda, não se dignasse a responder. "
65 " Vez por outra, embora eu tentasse resistir, prevalecia o aborrecimento em relação a tudo, uma tendência aos julgamentos mordazes, a urgência de brigar. Não quero ser assim, dizia a mim mesma, em especial quando estava caindo no sono, no entanto aquela era eu, e perceber que eu só conseguia me manifestar daquela maneira - amarga, caluniadora - me levava algumas vezes não a me corrigir, mas, como um prazer pérfido, a ser ainda pior. Eu pensava: se não sou amável, tudo bem, que não me amem; ninguém sabe o que carrego dentro do meu peito noite e dia. "