3
" Therapy is hard work- and not just for the therapist. That's because the responsibility for change lies squarely with the patient. If you expect an hour of sympathetic head-nodding, you've come to the wrong place. Therapists will be supportive, but our support is for your growth, not for your low opinion of your partner. (Our role is to understand your perspective but not necessarily to endorse it.) In therapy, you'll be asked to be both accountable and vulnerable. Rather than steering people straight to the heart of the problem, we nudge them to arrive there on their own, because the most powerful truths- the ones people take most seriously- are those that they come to, little by little, on their own. Implicit in the therapeutic contract is the patient's willingness to tolerate discomfort, because some discomfort is unavoidable for the process to be effective. "
― Lori Gottlieb , Maybe You Should Talk to Someone: A Therapist, Her Therapist, and Our Lives Revealed
6
" But Wendell saw it differently. He'd given me permission to feel and also a reminder that, like so many people, I'd been mistaking feeling less for feeling better. The feelings are still there though. They come out in unconscious behaviors, in an inability to sit still, in a mind that hungers for the next distraction, in a lack of appetite or a struggle to control one's appetite, in a short-temperedness, or- in Boyfriend's case- in a foot that twitched under the covers as we sat in that heavy silence under which lay the feeling that he'd kept to himself for months: whatever he wanted, it wasn't me. "
― Lori Gottlieb , Maybe You Should Talk to Someone: A Therapist, Her Therapist, and Our Lives Revealed
10
" Depois que Julie soube que estava morrendo, sua melhor amiga, Dara, querendo ser útil, enviou-lhe o conhecido ensaio “Bem-vindo à Holanda”. Escrito por Emily Perl Kingsley, mãe de uma criança com síndrome de Down, esse texto trata da experiência de ter suas expectativas de vida viradas de cabeça para baixo. Esperar um bebê é como planejar uma viagem fabulosa à Itália. Você compra um monte de guias e faz seus planos maravilhosos. O Coliseu, o David de Michelangelo, as gôndolas de Veneza. Pode ser que você aprenda algumas frases práticas em italiano. Tudo é muito excitante. Depois de meses de expectativa e ansiedade, finalmente chega o dia. Você faz as malas e vai. Várias horas depois, o avião aterrissa. A aeromoça aparece e diz: “Bem-vindos à Holanda”. “Holanda?!?”, você diz. “Como assim, Holanda?? Minha viagem era para a Itália! Eu deveria estar na Itália. Passei a vida toda sonhando em ir para a Itália.” Mas houve uma mudança no plano de voo. Eles aterrissaram na Holanda, e é lá que você tem que ficar. O importante é que eles não te levaram para um lugar horroroso, desagradável, imundo, cheio de pestilência, fome e doenças. É apenas um lugar diferente. Então, você precisa sair e comprar novos guias. Precisa aprender uma língua completamente nova. Você vai conhecer todo um novo grupo de pessoas que nunca viu. Trata-se apenas de um lugar diferente. É mais tranquilo do que a Itália, menos chamativo do que a Itália, mas depois que você está lá por um tempo e consegue recuperar o fôlego, olha em volta... e começa a reparar que a Holanda tem moinhos de vento... e a Holanda tem tulipas. A Holanda tem até Rembrandt. Mas todo mundo que você conhece está na agitação de ir e vir da Itália... Todos se vangloriam sobre a temporada maravilhosa que passaram lá. E pelo resto da sua vida, você dirá: “É, era para lá que eu deveria ter ido. Foi isso que planejei”. A dor disso nunca, jamais, jamais, jamais desaparecerá... porque a perda desse sonho é uma perda muito, muito significativa. Mas... se você passar a vida toda lamentando o fato de não ter chegado à Itália, pode ser que nunca se sinta livre para aproveitar coisas muito especiais e encantadoras que existem na Holanda. "
― Lori Gottlieb , Maybe You Should Talk to Someone: A Therapist, Her Therapist, and Our Lives Revealed
11
" Os terapeutas falam muito em como o passado orienta o presente, como nossas histórias afetam a maneira como pensamos, sentimos e nos comportamos, e como, a certa altura da vida, temos que abrir mão da fantasia de criar um passado melhor. Se não aceitarmos a noção de que não existe um refazer, por mais que tentemos levar nossos pais, irmãos ou companheiros a consertar o que aconteceu anos atrás, nosso passado nos manterá empacados. Mudar nosso relacionamento com o passado é básico na terapia. Mas falamos muito menos sobre como nosso relacionamento com o futuro nos orienta também sobre o presente. Nossa noção de futuro pode ser um entrave tão poderoso para uma mudança quanto nossa noção de passado. Na verdade, Wendell continua, perdi mais do que meu relacionamento no presente. Perdi meu relacionamento no futuro. Tendemos a pensar que o futuro acontece mais tarde, mas ele está sendo criado em nossa mente todos os dias. Quando o presente desmorona, o mesmo acontece com o futuro que associamos a ele. E ter o futuro subtraído é a mãe de todas as reviravoltas na trama. Mas se passarmos o presente tentando consertar o passado ou controlar o futuro, ficaremos empacados no lugar, num lamento perpétuo. "
― Lori Gottlieb , Maybe You Should Talk to Someone: A Therapist, Her Therapist, and Our Lives Revealed