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" Hermes smiled. " I knew a boy once ... oh, younger than you by far. A mere baby, really." Hermes ignored them. " One night, when this boy's mother wasn't watching, he sneaked out of their cave and stole some cattle that belonged to Apollo." " Did he get blasted to tiny pieces?" I asked." Hmm ... no. Actually, everything turned out quite well. To make up for his theft, the boy gave Apollo an instrument he'd invented-a lyre. Apollo was so enchanted with the music that he forgot all about being angry." So what's the moral?" " The moral?" Hermes asked. " Goodness, you act like it's a fable. It's a true story. Does truth have a moral?" " Um ..." " How about this: stealing is not always bad?" " I don't think my mom would like that moral." , suggested George. Martha demanded.." I've got it," Hermes said. " Young people don't always do what they're told, but if they can pull it off and do something wonderful, sometimes they escape punishment. How's that? "
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" Além disso, somos individualmente o produto de forças que não escolhemos e que mal compreendemos. Não escolhemos nossos pais nem a época em que nascemos, e assim recebemos uma determinada herança genética sobre a qual não temos controle algum, mas que, até um ponto significante, tem controle sobre nós. Essa herança determina, em parte, as doenças a que somos suscetíveis e os limites de nossas capacidades intelectuais, atléticas e morais. Talvez não totalmente, mas o suficiente. Nascemos num ambiente que vai preencher o pouco espaço que sobra do que foi determinado geneticamente, um ambiente que, novamente, não escolhemos e sobre o qual mal temos controle, pelo menos durante nossos anos de formação. A maneira como somos e aquilo que fazemos são resultados de nossos genes e nosso ambiente, que, juntos, exercem em nós uma influência que compreendemos de forma bastante nebulosa. Era isso que os filósofos existencialistas, com Jean-Paul Sartre, por exemplo, queriam dizer quando afirmavam que somos jogados no mundo. "
― Mark Rowlands , The Philosopher at the End of the Universe: Philosophy Explained Through Science Fiction Films
5
" Essas duas histórias - a do lado de dentro e a do lado de fora - podem ser contadas sobre cada um de nós. Ao chamá-las de 'histórias' não pretendo diminuí-las. Algumas são, apesar de tudo, verdadeiras. O problema é que temos muita dificuldade em ver como ambas as histórias que contamos sobre nós podem ser verdadeiras. O efeito da segunda história, aquela contada do lado de fora, parece uma drástica realocação do nosso papel na trama. Longe de sermos o personagem principal da história, estamos reduzidos a um figuração. A história do lado de dentro gira ao nosso redor, mas na outra história cada um de nós é apenas um simples personagem em meio a muitos outros, um personagem cuja entrada em cena é determinada por outras pessoas e que não tem nenhum controle real sobre a hora da sua saída do palco. As coisas que impulsinam nossas vidas, as coisas que queremos, nossos planos, projetos e metas - aquilo que podemos chamar de nossa motivação - são o resultado de forças que não controlamos. Aparentemente, nosso papel foi escrito por outra pessoa. Temos pouco controle sobre o seu conteúdo e não temos a menos ideia de qual é o seu sentido.
O choque das duas histórias é às vezes chamado de condição humana. "
― Mark Rowlands , The Philosopher at the End of the Universe: Philosophy Explained Through Science Fiction Films
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" O principal é não mentir. Quem mente para si mesmo e dá ouvido à sua própria mentira chega a tal extremo que não consegue ver nenhuma verdade em si ou naqueles que o rodeiam e, por conseguinte, perde completamente o respeito por si e pelos outros. (...) Quem mente a si próprio pode ser o primeiro a ofender-se. Às vezes, é tão agradável uma pessoa se ofender, não é verdade? O indivíduo sabe que ninguém o injuriou, que tudo não passa de simples invenção, que ele próprio mentiu e exagerou apenas para criar um quadro, para fazer de um grão uma montanha - sabe tudo e, no entanto, se ofende. Ofende-se a ponto se sentir prazer na ofensa e, desse modo, atinge o verdadeiro ódio... "
― Fyodor Dostoevsky
7
" Cada época, cada cultura, cada costume e tradição tem seu próprio estilo, tem sua delicadeza e sua severidade, suas belezas e crueldades, aceitam certos sofrimentos como naturais, sofrem pacientemente certas desgraças. O verdadeiro sofrimento, o verdadeiro inferno da vida humana reside ali onde se chocam duas culturas ou duas religiões. Um homem da antiguidade, que tivesse de viver na Idade Média, haveria de sentir-se tão afogado quanto um selvagem se sentiria em nossa civilização. Há momentos em que toda uma geração cai entre dois estilos de vida, e toda evidência, toda moral, toda salvação e inocência ficam perdidos para ela. Naturalmente isso não nos atinge da mesma maneira. "
8
" - Escute mais isso. Por outro lado, forças jovens, frescas, sucumbem em vão por falta de apoio, e isso aos milhares, e isso em toda parte! Cem, mil boas ações e iniciativas que poderiam ser implementadas e reparadas com o dinheiro da velha, destinado a um mosteiro! Centenas, talvez milhares de existências encaminhadas; dezenas de famílias salvas da miséria, da desagregação, da morte, da depravação, das doenças venéreas - e tudo isso com o dinheiro dela. Mate-a e tome-lhe o dinheiro, para com sua ajuda dedicar-se depois a servir toda a humanidade e a uma causa comum: o que você acha, esse crime ínfimo não seria atenuado por milhares de boas ações? Por uma vida - milhares de vidas salvas do apodrecimento e da degeneração. Uma morte e cem vidas em troca - ora, isso é uma questão de aritimética. "
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" Natürlich muss die Wahrheit im Kampf mit der Unwahrheit geschrieben werden und sie darf nicht etwas Allgemeines, Hohes, Vieldeutiges sein. Von dieser allgemeinen, hohen, vieldeutigen Art ist ja gerade die Unwahrheit. Wenn von einem gesagt wird, er hat die Wahrheit gesagt, so haben zunächst einige oder viele oder einer etwas anderes gesagt, eine Lüge oder etwas Allgemeines, aber er hat die Wahrheit gesagt, etwas Praktisches, Tatsächliches, Unleugbares, das, um was es sich handelte. "
― Bertolt Brecht
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" na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco "
― José Luís Peixoto
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" Wenn ich es mir aussuchen könnte, würde ich am liebsten bei einem Flugzeugabsturz sterben. Aber auf gar keinen Fall im Bett. Vielleicht mit Ines, oder mit Frau Sprengel, auf dem Linienflug nach Südamerika. Das rechte Triebwerk ist mit einem kaum hörbaren Knall explodiert und zieht eine endlose Feuerschleppe hinter sich her, als wir gerade über dem offenen Meer sind. Die Passagiere kreischen, einige ganz Doofe betteln die Stewardess um Fallschirme an. Ich lege meine Lektüre aus der Hand, beuge mich zu Ines, und sage, ich hatte noch gar nicht zu Ende gelesen. Und Ines sagt, gut, dass wir nicht das teure Hotel gebucht haben. Und wir schauen uns an und wissen, dass wir uns verstanden haben in diesem Leben. Durch das kleine runde Fenster rast die Wasseroberfläche auf uns zu, die bei dieser Geschwindigkeit härter ist als Beton, und ich halte Ines fest und flüstere ihr etwas in Ohr, solange ich noch flüstern kann und solange sie noch ein Ohr hat. "
― Wolfgang Herrndorf