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" A maior parte dos interrogadores voltava de mãos vazias dia após dia. “Nenhuma informação obtida da fonte”, era o que os interrogadores informavam todas as semanas. E exatamente como ■■■■■■■■■■■■■■ tinha dito, o ■■■■■■■■■■ estava desesperado para fazer os detentos falar. Assim, ■■■■■■■ montou um mini■■■■■■■■■ dentro da organização maior. Essa força-tarefa, que englobava gente do Exército, da Marinha, dos Fuzileiros Navais e civis, tinha como missão arrancar informações dos detentos. A operação foi cercada de máximo sigilo. ■■■■■■■■■■ era um personagem de destaque nesse subgrupo ■■■■■■ . Embora ■■■■■■■ fosse uma pessoa inteligente, davam a ele o serviço mais sujo da ilha e, por meio de uma espantosa lavagem cerebral, o levavam a crer que estava fazendo a coisa certa. ■■■■■■ estava sempre envolto num uniforme que o cobria da cabeça aos pés, porque ■■■■■■■■■ tinha consciência de que ele estava cometendo crimes de guerra contra detentos indefesos. ■■■■■■■■■■■■ era A Coruja da Noite, O Adorador do Diabo, O Homem da Música Alta, o Cara da Antirreligião, o interrogador por excelência. Cada um desses apelidos se justificava. ■■■■■■ tinha por hábito “entreter” os detentos que não estavam autorizados a dormir. Privou-me de sono durante cerca de dois meses, ao longo dos quais tentou subjugar minha resistência mental, sem sucesso. Para me manter acordado, ele resfriava ao máximo a temperatura de onde eu me achava, me obrigava a escrever todo tipo de coisa sobre minha vida, me dava água sem parar e às vezes me fazia ficar a noite inteira de pé. Um dia, me deixou pelado com ajuda de um carcereiro ■■■■■■■■■ para me humilhar. Outra noite, me pôs numa sala gelada cheia de fotos propagandísticas dos Estados Unidos, inclusive uma foto de George W. Bush, e me fez ouvir mil vezes o hino nacional americano.
■■■■■■ cuidava de diversos detentos ao mesmo tempo. Eu ouvia muitas portas batendo, música alta e detentos indo e vindo, o barulho das pesadas correntes denunciando sua presença. ■■■■■ punha os detentos numa sala escura com imagens que supostamente representavam demônios. Fazia os detentos ouvir música de ódio e fúria, e a música “Let the Bodies hit the Floor” mil vezes, a noite inteira, na sala escura. Ele era muito explícito sobre seu ódio ao islã, e proibia terminantemente qualquer prática islâmica, inclusive as orações e a recitação do Corão. "

Mohamedou Ould Slahi , Guantánamo Diary: Restored Edition


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Mohamedou Ould Slahi quote : A maior parte dos interrogadores voltava de mãos vazias dia após dia. “Nenhuma informação obtida da fonte”, era o que os interrogadores informavam todas as semanas. E exatamente como ■■■■■■■■■■■■■■ tinha dito, o ■■■■■■■■■■ estava desesperado para fazer os detentos falar. Assim, ■■■■■■■ montou um mini■■■■■■■■■ dentro da organização maior. Essa força-tarefa, que englobava gente do Exército, da Marinha, dos Fuzileiros Navais e civis, tinha como missão arrancar informações dos detentos. A operação foi cercada de máximo sigilo. ■■■■■■■■■■ era um personagem de destaque nesse subgrupo ■■■■■■ . Embora ■■■■■■■ fosse uma pessoa inteligente, davam a ele o serviço mais sujo da ilha e, por meio de uma espantosa lavagem cerebral, o levavam a crer que estava fazendo a coisa certa. ■■■■■■ estava sempre envolto num uniforme que o cobria da cabeça aos pés, porque ■■■■■■■■■ tinha consciência de que ele estava cometendo crimes de guerra contra detentos indefesos. ■■■■■■■■■■■■ era A Coruja da Noite, O Adorador do Diabo, O Homem da Música Alta, o Cara da Antirreligião, o interrogador por excelência. Cada um desses apelidos se justificava. ■■■■■■ tinha por hábito “entreter” os detentos que não estavam autorizados a dormir. Privou-me de sono durante cerca de dois meses, ao longo dos quais tentou subjugar minha resistência mental, sem sucesso. Para me manter acordado, ele resfriava ao máximo a temperatura de onde eu me achava, me obrigava a escrever todo tipo de coisa sobre minha vida, me dava água sem parar e às vezes me fazia ficar a noite inteira de pé. Um dia, me deixou pelado com ajuda de um carcereiro ■■■■■■■■■ para me humilhar. Outra noite, me pôs numa sala gelada cheia de fotos propagandísticas dos Estados Unidos, inclusive uma foto de George W. Bush, e me fez ouvir mil vezes o hino nacional americano.<br />■■■■■■ cuidava de diversos detentos ao mesmo tempo. Eu ouvia muitas portas batendo, música alta e detentos indo e vindo, o barulho das pesadas correntes denunciando sua presença. ■■■■■ punha os detentos numa sala escura com imagens que supostamente representavam demônios. Fazia os detentos ouvir música de ódio e fúria, e a música “Let the Bodies hit the Floor” mil vezes, a noite inteira, na sala escura. Ele era muito explícito sobre seu ódio ao islã, e proibia terminantemente qualquer prática islâmica, inclusive as orações e a recitação do Corão.