Home > Author > Álvares de Azevedo
1 " Sabe Deus se te amei! sabem as noitesEssa dor que alentei, que tu nutrias!Sabe este pobre coração que tremeQue a esperança perdeu porque mentias! "
― Álvares de Azevedo , Lira Dos Vinte Anos
2 " Foi por ti que num sonho de venturaA flor da mocidade consumi...E às primaveras disse adeus tão cedoE na idade do amor envelheci! "
3 " Não é a lua que lá vai macilenta: é o relâmpago que passa e ri de escárnio às agonias do povo que morrem aos soluços que seguem as mortualhas do cólera. "
― Álvares de Azevedo , Noite na Taverna
4 " Se na vida há uma coisa real e divina é a arte - e na arte se há um raio do céu é na música. Na música que nos vibra as cordas da alma, que nos acorda da modorra da existência a alma embotada. Oh! é tão doce sentir a voz vaporosa que trina, que nos enleva - e que parece que nos faz desfalecer, amar, e morrer! "
― Álvares de Azevedo , Macário
5 " É preferível morrer por amor que viver sem ele. "
― Álvares de Azevedo
6 " - Talvez um poeta - talvez um louco.- Muito bem! adivinhaste. Só erraste não dizendo que talvez ambasas coisas a um tempo. Seneca o disse - a poesia é a insânia. Talvez ogênio seja uma alucinação, e o entusiasmo precise da embriaguezpara escrever o hino sanguinário e fervoroso de Rouget de l’Isle,ou para, na criação do painel medonho do Cristo morto deHolbein, estudar a corrupção no cadáver. Na vida misteriosa deDante, nas orgias de Marlowe, no peregrinar de Byron havia umasombra da doença de Hamlet: quem sabe? "
7 " Um poeta a amaria de joelhos. "
8 " É que as nódoas de sangue quando caem no chão não têm forma geométrica. As agonias da paixão, do desespero e do ciúme ardente quando coam num sangue tropical não se derretem em alexandrinos, não se modulam nas falas banais dessa poesia de convenção que se chama-conveniências dramáticas. "
9 " Sorris? eu sou um louco. As utopias, Os sonhos da ciência nada valem, A vida é um escárnio sem sentido, Comédia infame que ensangüenta o lodo. Há talvez um segredo que ela esconde Mas esse a morte o sabe e o não revela, Os túmulos são mudos como o vácuo. Desde a primeira dor sobre um cadáver, Quando a primeira mãe entre soluços Do filho morto os membros apertava Ao ofegante seio, o peito humano Caiu tremendo interrogando o túmulo E a terra sepulcral não respondia. Levanta‑me do chão essa caveira! Vou cantar‑te uma página da vida De uma alma que penou, e já descansa. "
― Álvares de Azevedo ,
10 " O mundo é um lodaçal perdidoCujo sol é o dinheiro "