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" Escrever tinha virado uma grande crise, mas também me ajudou a entender o quanto, às vezes, é preciso ter uma crise ou outra para saber como sair delas. Revivi crises que na época pareciam eternas, mas quando botei no papel vi que, se ficasse mais um pouquinho sem pensar nelas, eu esqueceria que aquilo um dia me incomodou tanto. Sem crises, parece que você não se transforma. E, se você não muda, você para. "
― Jout Jout , Tá Todo Mundo Mal
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" Até que - tem sempre um "até que" - cheguei à melhor conclusão de todas as conclusões, que é: tudo bem. Nessa de pensar demais sobre quão óbvia uma decisão é ou não. Comecei a achar que todas as decisões que pareciam óbvias estavam erradas e que eu estava caindo num mar de pessoas acomodadas e nada aventureiras que fazem tudo como manda o script, e por isso são risíveis. Eu, que sou maravilhosa e perfeita, não poderia fazer isso. Logo eu que - pegando emprestada minhas próprias palavras usadas numa crise lá atrás - costumava pensar que tudo que eu produzisse tinha que ganhar prêmios. (...) Meu analista achou esse pensamento um pouco problemático. Quando eu chegava lá sentindo inveja, falava que não queria sentir, porque é feio ser invejoso e sou maior que isso. Quando eu chegava sentindo ciúmes, falava que também era feio ser ciumenta e que eu, sem dúvida, era maior do que isso. Ele disse que eu tinha que correr o risco de ser quem eu era, e que, ao não querer sentir sentimentos que eu reprovava, estava apenas com a exigência de ser perfeita, e que talvez fosse menos presunçoso se permitir ser um pouco invejosa e ciumenta. (Um minuto de silêncio.) "
― Jout Jout , Tá Todo Mundo Mal
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" Até que - tem sem um "até que" - cheguei à melhor conclusão de todas as conclusões, que é: tudo bem. Nessa de pensar demais sobre quão óbvia uma decisão é ou não. Comecei a achar que todas as decisões que pareciam óbvias estavam erradas e que eu estava caindo num mar de pessoas acomodadas e nada aventureiras que fazem tudo como manda o script, e por isso são risíveis. Eu, que sou maravilhosa e perfeita, não poderia fazer isso. Logo eu que - pegando emprestada minhas próprias palavras usadas numa crise lá atrás - costumava pensar que tudo que eu produzisse tinha que ganhar prêmios. (...) Meu analista achou esse pensamento um pouco problemático. Quando eu chegava lá sentindo inveja, falava que não queria sentir, porque é feio ser invejoso e sou maior que isso. Quando eu chegava sentindo ciúmes, falava que também era feio ser ciumenta e que eu, sem dúvida, era maior do que isso. Ele disse que eu tinha que correr o risco de ser quem eu era, e que, ao não querer sentir sentimentos que eu reprovava, estava apenas com a exigência de ser perfeita, e que talvez fosse menos presunçoso se permitir ser um pouco invejosa e ciumenta. (Um minuto de silêncio.) "
― Jout Jout