Home > Author > Filipe Russo
41 " Quantas vezes troquei de pele? Quantos exoesqueletos abandonei pelo caminho? Quantos clones siameses de mim em mim eu sacrifiquei em nome de minha sobrevivência?! Eu durmo com fantasmas e acordo com sombras, o que aconteceu volta em frases ou pesadelos. "
― Filipe Russo , Caro Jovem Adulto
42 " Meus clones sobrevivem à base de canibalismo. "
43 " Eu já te amava a priori, eu ainda te amo a posteriori. "
44 " Com arte e ciência eu faço ménage à trois. "
45 " Eu cataclismo eu mesmo. Arrancando pelos olhos o coração pulsante do mundo. "
46 " O óleo vibrante pulsava dentro do amuleto, o pedregulho em sua ampulheta trancava-se num preto bem fechado que quase não refletia luz alguma e na refletida já não se podia mais confiar. "
― Filipe Russo , Asfixia
47 " Mirei uma miríade de miragens em mirra. "
48 " Ao degustar a tua atenção eu me regenero. "
49 " Vontade sem força de vontade igual à inércia, ação impessoal; vontade com força de vontade igual à atitude, ação pessoal. "
50 " Eu gosto de decodificar um jogo mais do que jogá-lo. "
51 " Na vida a injustiça me arruína, na arte eu faço justiça com as minhas próprias mãos. "
52 " Ao escrever aproveito para denunciar as injustiças sociais mas não me detenho as mesmas, eu almejo um ideal estético mais intimista sobre o qual eu trabalharia mesmo através da imortalidade, na perfeição. "
53 " Cada nano injustiça gruda a mim e só consigo removê-la inoculando-a com palavras. "
54 " Nos esbaldemos em banquete devorando a abundância, fruindo a matéria enlouquecedora da verdade. "
55 " Me alimento de farelos e migalhas chafurdando na radiação cósmica de fundo, devorando a própria tessitura tectônica do que existe. "
56 " A fome me devora deixando só o bagaço. "
57 " O relógio come o tempo, o calendário devora o tempo e os instantes eu mesmo roo. "
58 " Eu sobrevivi à loucura devorando-a. "
59 " Me deixe tragar o teu prazer.Me deixe borrifar o meu prazer em você.Venha despejar o teu prazer em mim.Venha devorar o meu prazer. "
60 " Você desencarcera-se da carne vertendo-te no hálito que eu devoro de beijo em beijo por entre línguas e mordidas. "