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1 " O principal é não mentir. Quem mente para si mesmo e dá ouvido à sua própria mentira chega a tal extremo que não consegue ver nenhuma verdade em si ou naqueles que o rodeiam e, por conseguinte, perde completamente o respeito por si e pelos outros. (...) Quem mente a si próprio pode ser o primeiro a ofender-se. Às vezes, é tão agradável uma pessoa se ofender, não é verdade? O indivíduo sabe que ninguém o injuriou, que tudo não passa de simples invenção, que ele próprio mentiu e exagerou apenas para criar um quadro, para fazer de um grão uma montanha - sabe tudo e, no entanto, se ofende. Ofende-se a ponto se sentir prazer na ofensa e, desse modo, atinge o verdadeiro ódio... "
― Fyodor Dostoevsky
2 " Cada época, cada cultura, cada costume e tradição tem seu próprio estilo, tem sua delicadeza e sua severidade, suas belezas e crueldades, aceitam certos sofrimentos como naturais, sofrem pacientemente certas desgraças. O verdadeiro sofrimento, o verdadeiro inferno da vida humana reside ali onde se chocam duas culturas ou duas religiões. Um homem da antiguidade, que tivesse de viver na Idade Média, haveria de sentir-se tão afogado quanto um selvagem se sentiria em nossa civilização. Há momentos em que toda uma geração cai entre dois estilos de vida, e toda evidência, toda moral, toda salvação e inocência ficam perdidos para ela. Naturalmente isso não nos atinge da mesma maneira. "
3 " Tudo parecia organizado da melhor forma possível, como se de fato o mundo constasse somente de palavras, como se assim o próprio horror fosse trazido para dimensões seguras, como se para cada aspecto de uma coisa houvesse um reverso, para cada mal um bem, para cada dissabor um prazer, para cada infelicidade uma felicidade e para cada mentira um quinhão de verdade. "
― W.G. Sebald , Vertigo
4 " The DreamLord ByronOur life is twofold; Sleep hath its own world,A boundary between the things misnamedDeath and existence: Sleep hath its own world,And a wide realm of wild reality,And dreams in their development have breath,And tears, and tortures, and the touch of joy;They leave a weight upon our waking thoughts,They take a weight from off waking toils,They do divide our being; they becomeA portion of ourselves as of our time,And look like heralds of eternity;They pass like spirits of the past -they speakLike sibyls of the future; they have power -The tyranny of pleasure and of pain;They make us what we were not -what they will,And shake us with the vision that's gone by,The dread of vanished shadows -Are they so?Is not the past all shadow? -What are they?Creations of the mind? -The mind can makeSubstances, and people planets of its ownWith beings brighter than have been, and giveA breath to forms which can outlive all flesh.I would recall a vision which I dreamedPerchance in sleep -for in itself a thought,A slumbering thought, is capable of years,And curdles a long life into one hour.----------Il sognoLord ByronDuplice è la nostra vita: il Sonno ha il suo proprio mondo,un confine tra le cose chiamate impropriamentemorte e esistenza: il Sonno ha il proprio mondo,e un vasto reame di sfrenata realtà;e nel loro svolgersi i sogni hanno respiro,e lacrime e tormenti e sfiorano la gioia;lasciano un peso sui nostri pensieri da svegli,tolgono un peso dalle nostre fatiche da svegli,dividono il nostro essere; diventanoparte di noi stessi e del nostro tempo,e sembrano gli araldi dell'eternità;passano come fantasmi del passato, parlanocome Sibille dell'avvenire; hanno potere -la tirannia del piacere e del dolore;ci rendono ciò che non fummo, secondo il loro volere,e ci scuotono con dissolte visioni,col terrore di svanite ombre. Ma sono veramente così?Non è forse tutto un'ombra il passato? Cosa sono?Creazioni della mente? La mente sa crearesostanza, e popolare pianeti, di sua fattura,di esseri più splendenti di quelli mai esistiti, e darerespiro e forma che sopravvivono alla carne.Vorrei richiamare una visione che ho sognatoforse nel sonno, poiché in sé un pensiero,un pensiero assopito, racchiude anni,e in un'ora condensa una lunga vita. "
― Lord Byron