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" A alma busca o fim, com urgência./Escureceu um pouco. Já morreu./Anda uma mosca pela carne quieta./Que pode me servir que aquele homem/tenha sofrido, se eu sofro agora?/// O alívio que tu e eu sentiremos no instante que precede a morte, quando a sorte nos desate do triste costume de ser alguém e do peso do universo./// Somos o vão rio prefixado, rumo a seu mar. Pela sombra cercado./Tudo nos disse adeus, tudo nos deixa./A memória não cunha sua moeda./E no entanto há algo que se queda/e no entanto há algo que se queixa/// Que são as nuvens? Uma arquitetura do azar? Deus, talvez, as necessita para a execução de Sua infinita obra e são fios da trama obscura. Talvez a nuvem seja não menos vã do que o homem que a olha de manhã/// Aos outros resta o universo; à minha penumbra, o hábito do verso///Não há outros paraísos a não ser os paraísos perdidos. "

Jorge Luis Borges , Selected Poems


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Jorge Luis Borges quote : A alma busca o fim, com urgência./Escureceu um pouco. Já morreu./Anda uma mosca pela carne quieta./Que pode me servir que aquele homem/tenha sofrido, se eu sofro agora?/// O alívio que tu e eu sentiremos no instante que precede a morte, quando a sorte nos desate do triste costume de ser alguém e do peso do universo./// Somos o vão rio prefixado, rumo a seu mar. Pela sombra cercado./Tudo nos disse adeus, tudo nos deixa./A memória não cunha sua moeda./E no entanto há algo que se queda/e no entanto há algo que se queixa/// Que são as nuvens? Uma arquitetura do azar? Deus, talvez, as necessita para a execução de Sua infinita obra e são fios da trama obscura. Talvez a nuvem seja não menos vã do que o homem que a olha de manhã/// Aos outros resta o universo; à minha penumbra, o hábito do verso///Não há outros paraísos a não ser os paraísos perdidos.