" – E porque que querias estar a sós comigo? – As palavras saíram-me com dificuldade por cima do nó que se formara na garganta.
– Para poder ter a oportunidade de ser agoniante contigo a viagem toda e fazer a verdadeira Lilly vir ao de cima. A Lilly que não se preocupa em fazer as coisas de forma perfeita, desde que consiga ajudar e que não se preocupa com o que as pessoas vão pensar acerca da sua maneira de agir. Eu queria ver a tua fúria a vir ao de cima e ver como reagias.
– Porquê? – a minha garganta estava tão seca que a minha voz parecia quase um murmúrio.
– Fúria é o sentimento que eu tenho mais dificuldade em controlar. Queria ver como é que tu o controlavas.
– Como é que eu o controlo?
Agora estava realmente intrigada. Tinha-me esquecido da força com que o meu peito batia ou que provavelmente devia limpar a garganta com água e que Liam estava sentado tão próximo de mim. A única coisa que me interessava era saber o que ele sabia acerca de mim que eu não sabia.
– Não controlas. Aí está o segredo. Tu substituís por outro sentimento ainda mais forte e colocas toda a tua energia nesse sentimento. A tua preocupação em salvar os outros. – Liam levantou-se e apontou para o tabuleiro. – Devias beber o resto do teu chá e comer as bolachas. "
― Patricia Morais , Sombras